quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Pão e Circo não está mais funcionando

Há pouco mais de uma semana eu comecei a pesquisar um assunto para um post novo. Coisas aconteceram e me forçaram a ir empurrando o texto pra depois; quando vi já tinha se passado mais uma semana. Nesse ínterim a Dilma foi vaiada, a passagem de ônibus aumentou 0,20 centavos em São Paulo e o povo brasileiro foi pras ruas. Os 0,20 centavos foi a gota d'agua que faltava para transbordar o copo. O brasileiro está sufocado com tanta inflação, impostos e serviços públicos que não funcionam

Por muito tempo eu pensei que o brasileiro só era capaz de se mobilizar por causa de Carnaval e futebol. Eu era uma que dizia "Quer ver o brasileiro se revoltar? É só cancelar o carnaval ou o Campeonato Brasileiro. Aí esse país pega fogo!" E agora eu engulo essas palavras alegremente. Porque eu nunca pensei que veria algo assim em plena Copa das Confederações. Acho que ninguém esperava por isso. Os políticos estão sem reação - estão vendo que aqueles velhos "truquinhos" não estão mais funcionando.

Demorou mas o povo acordou. O Brasil começou a acreditar que a mudança é possível. 

Algumas - poucas - pessoas estão agindo de má fé e aproveitando para cometer atos de vandalismo numa mobilização legítima e pacífica como essa. Infelizmente nada é perfeito. Mas não podemos perder o foco e esquecer da mobilização e o protesto final ano que vem: as eleições. O voto é a nossa arma mais poderosa. 




quinta-feira, 6 de junho de 2013

Transsexual Transylvania


The Rocky Horror Picture Show (Estados Unidos-Inglaterra, 1975) é um filme musical de comédia e terror, com um argumento, digamos, bem convencional: um casal de noivos, Brad (Barry Bostwick) e Janice (Susan Sarandon), estão viajando de carro numa noite tempestuosa quando o pneu do carro fura. Eles decidem  sair em busca de ajuda e encontram um castelo soturno e nefasto.

Lá eles se deparam com uma festa, onde os convidados fazem uma espécie de dança de acasalamento, chamada "Time Warp" algo mais ou menos como "Dobra do Tempo" em português. Eles estão prestes a ir embora quando o anfitrião Dr. Frank N Furter (Tim Curry) - um cientista que alega ter vindo do planeta Transsexual, localizado na galáxia Transylvania faz sua entrada triunfal, com uma performance impagável de "Sweet Transvestite" 




Dr Frank N Furter convida Brad e Janet até o seu laboratório, juntamente com o seu séquito composto por Riff Raff (Richard O'Brien), seu ajudante, Magenta (Patricia Quinn), sua empregada, e Columbia (Little Nell), uma groupie. Onde ele está criando um homem louro e bronzeado, para ajudar a aliviar sua tensão. O que ocorre dali em diante é uma mistura de várias referências, desde mitologia grega, ficção científica, terror e, lógico, sexo. 

Rocky Horror Picture Show é um filme que faz mais rir do que assustar, na verdade, não há nada de terror no filme - é trash e non sense. Mas é bom. Se você conseguir fugir da metáfora e entender a mensagem principal: como pessoas que não se adequam ao padrão comportamental, dito normal, são vistas como extraterrestres pela sociedade; será melhor ainda. Não é à toa que o filme é considerado cult.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

F. Scott Fitzgerald no Cinema

No filme Meia Noite em Paris (Woody Allen, 2011) há uma cena onde o personagem Gil, interpretado por Owen Wilson, entra numa festa e lá conhece o escritor F. Scott Fitzgerald e sua esposa Zelda. Mais tarde, naquela mesma noite, ele vai com o casal até um bar onde encontram num canto, solitário, o icônico escritor Ernest Hemingway. Fitzgerald e Hemingway começam a conversar e o segundo aconselha o primeiro a se dedicar mais a escrita.



Não sei se Woody Allen teve a intenção de, ao colocar esta frase no filme deixar algo nas entrelinhas. Só sei que foi mais ou menos neste período que o filme retrata, que o autor escreveu "O Grande Gatsby". O livro não teve uma grande repercussão na época do lançamento e ficou um bom tempo esquecido. Até que foi "relembrado" e hoje encontra-se na sua terceira adaptação.



Na época retratada no filme, Fitzgerald já havia escrito o livro de contos "Tales of the Jazz Age" que inclui o conto "O Curioso Caso de Benjamin Button". Mais de oitenta anos após sua publicação, o conto serviu de inspiração para um filme homônimo de grande sucesso e repercussão.


Apesar de não ter sido um autor propriamente prolífico, F. Scott Fitzgerald criou obras pontuais. Poucos autores conseguiram ter suas obras revisitadas e constantemente exploradas como ele. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

O Roda Livro é 10!

Acabamos de implantar mais um ponto do Roda Livro, contabilizando agora 10 pontos! 

Nós sabemos que não teríamos chegado tão longe sem o apoio de vocês. De todos vocês que nos ajudaram doando livros, divulgando o projeto, e cederam um espaço para que a gente pudesse implantar nossas minibibliotecas. E por último, mas não menos importante gostaríamos de agradecer a vocês que pegaram um livro, leram e devolveram, e nos ajudaram a manter essa roda!


O décimo ponto do Roda Livro está localizado na Escola de Samba Deixa Falar/Terreiro Estrela Guia. 
Endereço: Rua Cesário Alvim, 391-A, Cidade Velha

sábado, 11 de maio de 2013

Grandes Esperanças



O que eu gosto das obras "maduras" dos escritores é que, apesar de não conter mais tanto da impetuosidade e do frescor das obras iniciais; podemos perceber o artista na sua totalidade. E isso não se aplica só aos escritores - não - se aplica aos artistas no geral. Grandes Esperanças foi escrito no final da carreira de Charles Dickens, muito conhecido no Brasil por causa de "Um Conto de Natal". Aquele do velho ranzinza e mão de vaca, Ebenezer Scrooge, que na noite de Natal é visitado pelos fantasmas do Natal passado.

Charles Dickens foi o romancista mais famoso da era vitoriana, e até hoje é considerado um dos mais importantes escritores da língua inglesa. Nesse livro, Grandes Esperanças, ele narra a estória de Pip, um menino pobre e órfão que é criado, ou melhor, maltratado por sua irmã bem mais velha que ele. Esta é casada com o ferreiro Joe Gargery - um homem com ares bem infantis. Um dia enquanto visitava o túmulo dos pais, Pip se depara com um prisioneiro fugitivo e é coagido por este a ajudá-lo. Apesar de muitas resenhas por aí dizerem que Pip fez um ato de caridade, eu vejo essa parte do livro como simples coação de um menino impressionável, não como um ato de caridade; quem leu o livro talvez tenha tido outra impressão. Independente disto, tal ato vai marcar profundamente a vida dos dois.

Tempos depois, Pip é levado para ser acompanhante da senhorita Havisham, uma mulher excêntrica e amargurada, e de sua filha adotiva, Estela. Ela se converte desde então no seu interesse amoroso, apesar de ela sempre o esnobar e tratá-lo mal. A Senhorita Havisham vive confinada na sua casa em ruínas, podre e caquética, vestindo a mesma roupa do seu casamento não concretizado. Tudo ficou da mesma forma desde aquele dia, como se naquele momento a sua vida tivesse acabado. A senhorita Havisham criou Estela para ser a vingança dela a todos os homens.

Pip sabia que devido às diferenças sociais, nunca teria a menor chance de ficar com Estela. Mas um dia suas esperanças são renovadas, quando já adolescente ele recebe uma espécie de benfeitor anônimo. Ele é enviado a Londres para ser educado e se tornar um cavalheiro, ficando em posse de uma boa soma de dinheiro, devidamente administrada por Jaggers, um famoso e renomado advogado, até sua maioridade. A identidade do seu benfeitor é desconhecida e assim ficará até quase o final do livro.

A vida de Pip muda da água para o vinho. Um rapaz pobre, sem grandes expectativas na vida, além de se tornar ferreiro como Joe; de um dia para o outro se vê detentor de grandes esperanças, vivendo uma vida burguesa em Londres. Lá, graças a proximidade com Jaggers e, principalmente de seu assistente Wemmick; Pip tem contato com o sistema penal e percebe como as pessoas pobres e sem oportunidades são levadas a roubar para sobreviverem e, após uma vida reincidente no crime são finalmente condenadas à morte ou ao degredo perpétuo nas colônias penais na Austrália.

Uma informação interessante. Eu decidi pesquisar sobre o assunto e li que a Austrália foi a partir do final do século XVIII, uma grande colônia penal inglesa e o seu processo de colonização foi feito primordialmente por criminosos ingleses. Hoje a Austrália é um país de Primeiro Mundo. Irônico pensar que eu sempre ouvi as pessoas falando, que o Brasil é assim hoje, por ter sido colonizado inicialmente por degredados de Portugal.

Eu não vou entregar o final do livro, nem vou dizer quem é o benfeitor de Pip. Muito menos direi se ele termina com Estela. Quem quiser saber vai ter que ler o livro.




sexta-feira, 3 de maio de 2013

Folheto do Roda Livro

Em breve alguns pontos do Roda Livro também contarão com folhetos explicativos, falando tudo sobre o projeto, como surgiu, quantos pontos tem atualmente... etc; ou seja, tudo o que vocês precisam saber sobre o Roda Livro. 

Frente

Verso


Vocês podem estar achando um tanto confuso, o layout do folheto, mas eu explico: é um folheto dobrável em três partes. Assim, aberto na tela do computador parece sem lógica, mas impresso, não.

Não se preocupem quanto ao fato de não estar legível aqui, pois eu atualizarei a página do Roda Livro (ali na parte superior, embaixo do cabeçalho do blog) com o conteúdo do folheto.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Transforme-se em Outra Pessoa

Mint Vinetu é uma "livraria de livros usados" - vulgo sebo, localizada na Lituânia (sim, desta vez fui longe) e segundo a descrição do site  é um lugar onde "boas pessoas se encontram". Mint Vinetu não é só um sebo, mas também um café e, mais importante, um lugar onde as pessoas podem simplesmente passar o tempo, relaxar e conversar. Eles também acreditam no poder transformador da leitura e através da campanha "Become Someone Else" encontraram uma forma muito interessante de convencer as pessoas disso.