segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O Vermelho e o Negro

Dizem que Stendhal se inspirou num caso verídico para compor a história do jovem ambicioso e orgulhoso, Julien Sorel, personagem principal do livro. Odiado pelos irmãos, apenas por ser instruído; e constantemente humilhado pelo pai por preferir ficar lendo, ao invés de ajudá-lo na sua carpintaria: notória a parte em que ele o critica, alegando nunca ter lido um livro em toda sua vida. Julien, apesar de estar destinado ao seminário, sonha com as glórias militares e nutre uma idolatria secreta por Napoleão Bonaparte.

Acaba indo trabalhar como preceptor dos filhos do prefeito - o Senhor de Rênal -, onde surpreende a todos com sua excelente memória e fluência em Latim. Lá, apesar de toda sua frieza e calculismo, acaba se envolvendo a Senhora de Rênal; mulher do prefeito e mãe de seus alunos. Ela é o seu único alento no meio de suas batalhas invisíveis contra a sociedade, que trata com desprezo o camponesinho, o filho do carpinteiro.

Impressionante ver como Julien está o tempo todo controlando seus atos, seus gestos e até seus sentimentos, com medo de não ser “derrotado”. Primeiro, na casa do Sr. de Rênal. Depois, no seminário. E, por fim, na casa do marquês senhor de La Mole, onde vai trabalhar como seu secretário. É ali, no meio da nobreza parisiense, que Julien entra em contato com a mais alta e fina hipocrisia; onde todos são excessivamente preocupados com a aparência, e entregam-se a bajulação quando querem alguma coisa.

Esse convívio com a nobreza apenas serve para aumentar ainda mais a ambição de Julien e seus planos de grandeza. E, de fato, ele consegue conquistar muitas coisas; consegue tudo o que queria. Mas a roda da fortuna é uma coisa imprevisível: uma hora você está por cima, outra está por baixo. E fama e fortuna não é tudo nesta vida. O problema é quando se descobre isso tarde demais…

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