quarta-feira, 4 de julho de 2012

Culinária Roots

Como toda roliça que se preze, eu sempre me interessei pela comida em todas as fases: desde a escolha da receita e dos ingredientes, passando pelo preparo, até chegar ao resultado final (vulgo encher a pança). Então, obviamente, sempre gostei de assistir programas de culinária. E programa de culinária é aquela coisa toda certinha, numa cozinha impecável, onde os ingredientes já aparecem milagrosamente na quantia certa em recipientes bonitinhos. Não existe isso de sair procurando na geladeira e no armário, de jogar o fermento na água pra ver se ainda tá bom - se borbulhar tá bom se não borbulhar já está velho e se você arriscar e usar mesmo assim, muito provavelmente vai acabar com um bolo solado -, assim como não há sujeira na hora de medir o açúcar e a farinha, e por aí vai. Ah, e os utensílios!, nem se fala: panelas inox, fogão de seis bocas, facas de diversos tipos, batedeira moderna; a cozinha muito limpa, muito linda, dá até vontade de morar ali, bate até uma tristeza quando você se depara com a sua realidade. 

Não é a toa que muita gente que gosta de cozinhar, é doida pra ter aquelas cozinhas mega equipadas, porque pensam: “Imagina eu com uma cozinha dessas, o que eu não faria?”. Eu sei, eu sei porque eu sou assim, também tenho esses anseios. Quem já viu o programa do Jamie Oliver e da Nigella percebeu uma certa diferença dos programas daqui com os de lá, pois eles são mais soltos, não têm aquelas regras estritas na hora de cozinhar, não usam chapéu nem avental. A Nigella, inclusive, usa o cabelo solto - algo que me dá um pouco de aflição, porque eu penso que algum fio pode cair displicentemente na comida. O porém nesses programas estrangeiros é que muitas vezes eles usam ingredientes que não são muito comuns aqui, portanto, mais caros.

Minha libertação veio com o Larica Total. Não, não comecei a usar drogas. Larica Total é o nome de um programa de culinária, culinária de guerrilha - como o próprio apresentador o denomina - onde um típico solteiro, numa típica cozinha de solteiro, que na hora em que a fome aperta tenta se virar com o que tem na geladeira, inventando, assim, uns pratos bem loucos e que mesmo assim dão certo. E o que eu acho legal é que não há frescura, o apresentador se veste de qualquer jeito, às vezes rola de um ingrediente estar estragado; as panelas não são inox, os utensílios não são os mais modernos e a higiene é um pouco questionável. Enfim, mas vale muito a pena assistir esse programa de culinária de raiz, esse programa de culinária realista, por assim dizer.





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