León Tolstói (9 de setembro de 1828 - 10 de novembro de 1910) é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Dentre suas obras mais proeminentes estão “Guerra e Paz” e “Anna Karenina”.
Descendente de uma antiga linhagem da nobreza russa - ele era filho de um conde e de uma princesa - Tolstói teve uma infância abastada na propriedade da família em Yasnaya Polyana, localizada na região de Tula, parte central da Rússia Européia. Ele e seus quatro irmãos ficaram órfãos muito cedo e foram criados por tutores.
Aos dezesseis anos ele entrou na Universidade de Kazan, para estudar Línguas Orientais e Direito. Mas ele não gostava das aulas e os professores o definiram como incapaz e indisposto a aprender. Após dois anos, Tolstói abandonou a faculdade e retornou para a propriedade da família. Ele também passava boa parte do tempo em Moscou e São Petersburgo; onde levava uma vida boemia, jogando e frequentando bordéis.
Em 1851 ele abandonou a vida dissoluta que levava e se alistou no exército, passando três anos numa vila Cossaca. Também neste período ele começou a escrever e publicou seu primeiro romance “Infância”, que assim como os seguintes “Adolescência” e “Juventude” foram inspirados na vida do autor. Em 1853 ele lutou na Guerra da Criméia contra o Império Otomano, onde mostrou coragem excepcional e recebeu várias condecorações. Sua descrição dos horrores da guerra nas “Crônicas de Sebastopol” concedeu-lhe ainda mais popularidade. Em 1855 ele deixou o exército e em 1860, após perder dois de seus irmãos, vítimas de tuberculose - Tolstói empreendeu uma viagem pela Europa. Ao retornar, ele fundou uma escola para as crianças camponesas de Yasnaya Polyana, onde ele mesmo lecionou. Tolstói também publicou revistas e livros sobre educação. Em 1861 ocorreu a abolição da servidão na Rússia. Tolstói assumiu o posto de conciliador, mas logo irritou a nobreza local por defender ativamente os camponeses.
Em 1862, aos trinta e quatro anos, ele se casou com a filha de um médico de Moscou. Sophia Bers, dezesseis anos mais nova, com quem teve treze filhos. No entanto, decidido a não esconder nada de sua vida pregressa a sua futura esposa, Tolstói deu-lhe todos os seus diários para que os lesse. Apesar de ter consentido com o casamento, demorou para que ela pudesse superar o choque causado pelo conteúdo dos diários. Sophia foi de grande ajuda para a carreira literária do marido. Ela organizava e revisava seus manuscritos, e o ajudava na administração da propriedade. Pelos próximos vinte anos, a família permaneceu em Yasnaya Polyana, visitando raramente Moscou.
A maior obra de Tolstói “Guerra e Paz” foi escrita entre os anos de 1865 e 1869, sendo considerado um dos maiores romances já escritos. “Guerra e Paz” narra a história de diversas famílias em meio a invasão da Rússia por Napoleão em 1812. O livro tem cerca de 580 personagens, muitos históricos, outros fictícios. Sua outra obra prima “Anna Karenina” (1873-1877) fala sobre um mal sucedido caso amoroso entre uma mulher da alta sociedade presa num casamento sem amor, e um Oficial. Esta emocionante história é sobre a busca do amor, felicidade familiar e o sentido da vida. O romance já foi adaptado para os cinemas várias vezes e este ano uma nova versão será lançada, com Keira Knightley no papel título.
No entanto, após concluir “Anna Karenina”, Tolstói passou por uma profunda crise. Ele começou a se ver mais como um sábio e líder moral do que escritor. Tolstói questionou profundamente a fé, ciência, as artes, a justiça e o casamento. Sua busca pela espiritualidade o levou a abrir mão dos direitos autorais dos seus livros. Ele passou a acreditar que não merecia essa fonte de renda e começou a trabalhar com os camponeses, lavrando a terra e fazendo botas. Sua teoria de resistência e não violência arregimentou muitos seguidores em todo o mundo. Essa ideias influenciaram muitas personalidades do século XX, como Mahatma Gandhi e Martin Luther King. Mas as duras críticas de Tolstói aos dogmas cristãos e instituições estatais provocaram a fúria das autoridades clericais. Em 1901 sua excomunhão da Igreja Ortodoxa causou grande repercussão na sociedade russa.
As ideias de Tolstói também causaram sérios problemas no seu casamento. Sua famosa frase de abertura de Anna Karenina: “Famílias felizes são todas iguais; toda família infeliz é infeliz a sua própria maneira”, foi inspirada em seu próprio casamento.
Numa noite de outono em 1910, Tolstói que tinha 82 anos deixou secretamente Yasnaya Polyana. Mas acabou contraindo pneumonia e morreu numa remota estação de trem. Oito anos após sua morte, sua esposa escreveu: “Eu vivi com Liev Nikolayevitch por quarenta e oito anos, mas eu nunca realmente soube que tipo de homem ele era”.
Os anos finais de sua vida e o conturbado relacionamento com sua esposa foi adaptado para o cinema na produção “A Última Estação”; com Helen Mirren no papel de Sophia, Cristopher Plummer como Tolstói e grande elenco.
Traduzido e adaptado de:
russiapedia.rt.com
online-literature.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário