quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Um punhado de palavras

Tornou-se moda, recentemente,  nas redes sociais, compartilhar citações de autores famosos com cunho de auto ajuda; dentre estes destacam-se Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector. Acho lindo, acho ótimo; é uma forma de manter a memória dos autores viva. E, porque não, uma forma de homenageá-los também. Acho que continuar sendo lembrado e lido após a morte é o sonho de qualquer escritor.

Vivemos numa época muito difusa, muito resumida. Explico. Hoje, com o advento dos meios de comunicação, em especial da internet; estamos constantemente recebendo informações através das diversas abas abertas na tela do computador. Ou seja, hoje vemos muitas coisas, mas pouco conhecemos algo profundamente. Eu mesma sou assim, quando entro na internet saio clicando num monte de coisas em busca de um assunto que me agrade. Fico impaciente e, muitas vezes, não presto muita atenção no que estou lendo. Aliás, muito me admira os usuários, os que preferem os livros digitais. Eu não consigo. Ler um livro, pra mim, só com o computador desligado e a uma distância segura dele, sem fazer contato visual para não cair em tentação.

Então, toda vez que alguém compartilha ou tuíta uma frase de algum autor eu me pergunto: Será que ele já leu, alguma vez na vida, algum livro dele, ou só colocou isso aí porque achou bonitinho? Sem contar o risco da referida citação nem ter sido de autoria do autor, e a pessoa sem saber, estar pagando um mico virtual.

Por favor, se você realmente admira um autor, fuja dos cento e quarenta caracteres, dos punhados de palavras. Se você realmente admira um autor, vá ler um livro dele!

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